quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Se não ia cuidar bem de mim, não deveria ter me beijado. Não deveria ter sido legal comigo. Não deveria ter sido amável.
Não deveria ter comparecido a Praça Rio Branco naquele 2 de março à tarde. Não deveria ter bebido carreteiro comigo. Não deveria ter pedido pra o seu amigo citar o poema que fez baseado em um de Manoel Caixa D'Água.

Se não fosse pra desejar o meu amor, não deveria ter me pedido em namoro. Não deveria ter mandado um torpedo dizendo pra eu fazer um brigadeiro pra não ter ressaca. Não deveria ter insistido.

Se queria um amor tranquilo, não deveria ter dito que os meus receios eram besteiras. Não deveria ter alimentado os meus medos. Não deveria fitar outra, enquanto estavas comigo. Não deveria falar sobre fantasmas, se eu dizia que me fazia mal.

Se não queria ter uma vida comigo, não deveria insistir que o nosso filho se chamaria Luis com Z e não com S. Não deveria dizer, depois que eu disse que Clarice é um nome bonito, que daqui pra lá, vou conhecer outra cantora e escolherei outro nome pra nossa filha. Não deveria ter dito que por causa de mim, todo pug tem cara de Chico.

Se não me queria louca de amor, não deveria ter dito que o melhor sexo foi comigo. Não deveria ter dito que eu fui a mulher que você mais amou. Não deveria dizer que sou linda, olhando nos meus olhos, me deixando sem jeito. Não deveria abrir a porta do carro pra mim. Não deveria sorrir pra mim assim.

Se não me queria ver chorar, não deveria ter dito pra eu ir embora e não mais voltar.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

o sonho do menino 
de cujo nome só não tenho o ó  
é sentir o meu amor 
cultivando a minha dor.

domingo, 4 de agosto de 2013

Venho aqui
guardar versinhos de amor
em silêncio, escondida
não direi nada nada nadinha
você sabe, por mais que eu diga
pense, fale
que estou cinza
você é o meu arco-iris
minha caixa de lápis coloridos com mil cores
minha alegria, meu menino
guardarei nossos versos nas entrelinhas
e o nosso amor, também
-pra ser nosso, só nosso e de mais ninguém-

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

A cada tombo, fica mais difícil se levantar. A cada ferida, a cicatrização fica cada vez mais e mais lenta. A cada mágoa, a confiança é posta à prova. A cada lágrima, o sorriso é menos verdadeiro. A cada dor, a recuperação é mais sofrida. Ressaca de chorar. Estou de ressaca da vida. As cores estão cada vez mais acinzentadas. O meu olhar tão vívido e curioso de antes, está cansado. Meus olhos ardem. Minha cabeça dói, às vezes, sinto como se fosse explodir. 
Que saudade de ser menina. De ter espírito colorido, tudo vivo. Sorriso fácil, sorrir com os olhos, sorrir com uma troca de olhares, sorrir por nada, sorrir por tudo. Sorrir está cada vez mais difícil. 

Que saudade de sentir todas as alegrias profundamente. De sentir o ventinho e achar bom. Que saudade de ver a vida bonita. Que saudade de dançar na chuva, de ganhar um abraço de saudade. Um "eu te amo" bem dito. Que saudade de ganhar um ombro amigo. De chorar de felicidade, de te sentir aqui comigo. De vê-lo como um abrigo só meu na hora de fugir das tempestades.
Saudade de fazer versinhos de amor, agora, a maioria é sobre dor.

Saudade dói. Saudade mata. Saudade corroí.


Que saudade do meu menino. Que saudade de mim menina.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Eu tô tão cansada
entregue às baratas
sem vontade
nem vaidade
nem tenho idade
pra tantos "ades"
me faltarem.
o meu sorriso descabido
eu te dou e se quiser mais
dou meus olhos cheios de lágrimas
encho num copo
pra aguar a flor do nosso amor
que está com sede
precisando de sol, água
pra não falar
que está sofrida
falta-lhe vida.