domingo, 22 de dezembro de 2013

Dói. Você pensa que vai morrer. Dói porque não existe outra pessoa que faça meu coração morrer de ansiedade e amor. Dói porque nenhuma outra pessoa me faz chorar enquanto digo o nome. Dói porque enquanto eu choro, ele tá numa festa de mãos dadas com outra.
Dói, neguinho. Essa falta dói. Esse desdém dói. Esse "não tá doendo em mim. Já to curtindo com outra", dói. E é uma dor que nunca senti. E essa dor, estranhamente, faz com que eu queria bater na porta da tua casa, te bater e te beijar. Mas, essa mesma dor grita pra eu ficar na minha. E te ignorar até o fim.

Dói em não tê-lo aqui pra conversar besteiras. Dói não ter você deitado comigo, enquanto eu te faço cosquinhas.
Dói.
Dói muito.
E o que dói mais é perceber que 9 meses de amor, foram pra o lixo em menos de 24 horas.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

An(e)tonio

Ane e Antonio são namorados. Namoram há um tempinho, já.
Amam demais, mas, também, brigam demais. É um ciclo que não tem fim.
Tentam tentam e acabam no mesmo lugar.
Quando param de brigar por terceiras pessoas e, finalmente as superam, chega uma nova.
Quando estão bem e aguentam muita coisa calados, uma coisa minúscula é o estopim para uma briga que vai do primeiro motivo que brigaram até o último. Eles se destroem e nem percebem.
Prometem uma coisa, fazem outra.
Tudo é motivo pra briga: a primeira briga, o primeiro ciume, terceiras quarta e quintas pessoas...
Ane e Antonio mal estão se falando e, quando se falam, brigam. Antonio trabalha demais e eles não conseguem conversar direito por dez minutos seguidos. Aliás, quando conversam, dez minutos é o tempo mínimo que ele responde.
Ane sente falta de conversar; de saber como foi o dia dele, como ele está, coisas do tipo. E espera com ansiedade que Antonio chegue em casa pra, finalmente, eles poderem conversar direito. Mas aí, Antonio já está cansado, estressado do trabalho e estressado por ele mal ter chegado em casa e Ane já ter ido falar com ele. Nisso, ele vai falar todo grosso com Ane, dizendo que ela cobra demais dele. Aí Ane fica com raiva e diz pra si mesma que não vai mais atrás de Antonio.
Nisso, eles vão matando, cada vez mais rápido, aquele carinho e afago que os dois sentiam.
Quando perceberem, não vai ter volta. E, talvez, sintam pela falta da paciência e compreensão que não tiveram. Agora não. Agora os dois só enxergam a si mesmo e os erros do outro. Cada um com sua verdade. Mas, depois, vão pensar no grito desnecessário, na cobrança desnecessária, no estresse desnecessário, do 'eu te amo' não dito, do beijo não roubado, na falta de compreensão e de afeto. Hoje não. Hoje é dia de pensar nos defeitos do outro. Mas, um dia..
Um dia...

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

amar, partir e estar partido
é a linha tênue entre o egoísmo e o altruísmo

você quer ficar
quer que o outro fique
não quer que nenhum abdique
mas ele parece viver melhor sem você
então, o que fazer?

partir, partir
para deixar a dor ir

ficar, ficar
para deixar o amor ganhar
e ter esperanças de tudo mudar

amar é acreditar até quando você não acredita

terça-feira, 22 de outubro de 2013

desistir
Fui.
Fui com a vontade de ficar.
Fui e deixei o relógio parado, sem pilhas; a luminária comprada em agosto, com indecisão de qual seria, sendo que no fundo, não importaria. Eu sempre quis testá-la, mas sempre quis que partisse de você. Eu, às vezes, até achei que você me faria uma surpresa. Eu chegaria e você teria colocado uma lâmpada nela. Parece pouca coisa, mas, eu ficaria feliz.
Deixei bilhetes que ainda não foram encontrados e que talvez nunca sejam.
Deixei um cachorrinho no qual me mordia muito, mas, às vezes, dançávamos uma dança estranha. Eu corria prum lado e ele pra o outro, numa dança-brincadeira e, depois, toda arranhada, eu corria pra cama.
Deixei uma escova de dentes, fotos, saudade, vontade.
Eu deixei tanta coisa. Espero que as lembranças não me matem.
Talvez eu não tenha deixado transparecer, mas fiquei feliz, muito feliz, muito muito feliz quando vi o quadro, que fiz pra você, na sua parede.
Acho que te deixei com o lado esquerdo da cama. Não consigo te imaginar do lado direito. E não só deixei, como peguei muitas coisas.
Deixei uma toalha vermelha. Deixei o que restou de uma frase na sua lousa. Olhando direitinho, ainda dá pra ler o trecho de "nosso estranho amor".
Eu, que disse que não saberia como seriam os meus sábados sem tua companhia, respondo hoje:
serão cheios de saudade.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

terça-feira, 8 de outubro de 2013

5

dor e amor
não deveriam rimar

dor e amor
não deveriam combinar

amor, deveria prevalecer
a dor, deveria morrer.

4

o amortecedor
não funciona
pifou

tenho esperanças
que um dia ele venha
e amorteça a minha dor.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

3

queria remar em direção ao amor
infelizmente
sou um rema-dor

2

es-pe-rar
ter ar
para aguentar
as rasteiras
que a vida
me dá.

1

uma parte de mim
parte
outra parte de mim
partida

(pega cola

adesivo
durex
alguma fita
que esse amor nunca finda)

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

eu faço poesia
porque nunca aprendi a fazer sentido

eu faço poesia porque nunca aprendi a fazer
sem ti,
dor.

eu quero ser
um só ser
pra sempre
com você.
vai ver
tem nada a ver
eu brigar tanto
com você

vai ver
tem tudo a ver
eu brigar tanto
por você.
o amor vira céu
se
nu
vens
Eu deito
te vejo me despindo
tu me vê, sem forças, pedindo

e tu se perde em mim
no meu labirinto
que só cabe a ti.

Labirinto

nos meus lábios
no meu labirinto
na minha lábia
não importa
feche a porta
entre em mim
e se perca
no caminho
da volta.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Meu menino tem olhos de jabuticaba e uma boca doce que dá água na boca.
Eu poderia descrever cada traço dele; de olhos fechados, vendada, como for.
Não preciso fechar os olhos pra senti-lo, é só lembrar do seu sorriso e olhos de menino; aqueles olhos que são um golpe baixo. Aqueles olhos que em uma briga, me desarmam. É como se olhassem pedindo paz. Aqueles olhos que dá pra perceber que sou amada. E espero que ele sinta o mesmo quando os olhares são correspondidos e, num segundo, sentem-se sincronizados; fecham ao mesmo tempo e o que combina depois são as bocas dançando, declarando amor.
Eu poderia passar o dia escrevendo, mas prefiro dizer o resto quando eu te ver e te olhar, porque aí eu vou dizer em silêncio e tu vai escutar. Eu juro que vou dizer o quanto me sinto amada. E juro também que vou te dizer o quanto que eu quero você -de dia, à noite e em cada amanhecer.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Se não ia cuidar bem de mim, não deveria ter me beijado. Não deveria ter sido legal comigo. Não deveria ter sido amável.
Não deveria ter comparecido a Praça Rio Branco naquele 2 de março à tarde. Não deveria ter bebido carreteiro comigo. Não deveria ter pedido pra o seu amigo citar o poema que fez baseado em um de Manoel Caixa D'Água.

Se não fosse pra desejar o meu amor, não deveria ter me pedido em namoro. Não deveria ter mandado um torpedo dizendo pra eu fazer um brigadeiro pra não ter ressaca. Não deveria ter insistido.

Se queria um amor tranquilo, não deveria ter dito que os meus receios eram besteiras. Não deveria ter alimentado os meus medos. Não deveria fitar outra, enquanto estavas comigo. Não deveria falar sobre fantasmas, se eu dizia que me fazia mal.

Se não queria ter uma vida comigo, não deveria insistir que o nosso filho se chamaria Luis com Z e não com S. Não deveria dizer, depois que eu disse que Clarice é um nome bonito, que daqui pra lá, vou conhecer outra cantora e escolherei outro nome pra nossa filha. Não deveria ter dito que por causa de mim, todo pug tem cara de Chico.

Se não me queria louca de amor, não deveria ter dito que o melhor sexo foi comigo. Não deveria ter dito que eu fui a mulher que você mais amou. Não deveria dizer que sou linda, olhando nos meus olhos, me deixando sem jeito. Não deveria abrir a porta do carro pra mim. Não deveria sorrir pra mim assim.

Se não me queria ver chorar, não deveria ter dito pra eu ir embora e não mais voltar.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

o sonho do menino 
de cujo nome só não tenho o ó  
é sentir o meu amor 
cultivando a minha dor.

domingo, 4 de agosto de 2013

Venho aqui
guardar versinhos de amor
em silêncio, escondida
não direi nada nada nadinha
você sabe, por mais que eu diga
pense, fale
que estou cinza
você é o meu arco-iris
minha caixa de lápis coloridos com mil cores
minha alegria, meu menino
guardarei nossos versos nas entrelinhas
e o nosso amor, também
-pra ser nosso, só nosso e de mais ninguém-

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

A cada tombo, fica mais difícil se levantar. A cada ferida, a cicatrização fica cada vez mais e mais lenta. A cada mágoa, a confiança é posta à prova. A cada lágrima, o sorriso é menos verdadeiro. A cada dor, a recuperação é mais sofrida. Ressaca de chorar. Estou de ressaca da vida. As cores estão cada vez mais acinzentadas. O meu olhar tão vívido e curioso de antes, está cansado. Meus olhos ardem. Minha cabeça dói, às vezes, sinto como se fosse explodir. 
Que saudade de ser menina. De ter espírito colorido, tudo vivo. Sorriso fácil, sorrir com os olhos, sorrir com uma troca de olhares, sorrir por nada, sorrir por tudo. Sorrir está cada vez mais difícil. 

Que saudade de sentir todas as alegrias profundamente. De sentir o ventinho e achar bom. Que saudade de ver a vida bonita. Que saudade de dançar na chuva, de ganhar um abraço de saudade. Um "eu te amo" bem dito. Que saudade de ganhar um ombro amigo. De chorar de felicidade, de te sentir aqui comigo. De vê-lo como um abrigo só meu na hora de fugir das tempestades.
Saudade de fazer versinhos de amor, agora, a maioria é sobre dor.

Saudade dói. Saudade mata. Saudade corroí.


Que saudade do meu menino. Que saudade de mim menina.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Eu tô tão cansada
entregue às baratas
sem vontade
nem vaidade
nem tenho idade
pra tantos "ades"
me faltarem.
o meu sorriso descabido
eu te dou e se quiser mais
dou meus olhos cheios de lágrimas
encho num copo
pra aguar a flor do nosso amor
que está com sede
precisando de sol, água
pra não falar
que está sofrida
falta-lhe vida.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Eterno desequilíbrio em busca do equilíbrio

Parando pra refletir na vida, percebi que estou me encaminhado pra ser uma pessoa melhor. Mesmo que digam que não. É difícil mudar sentimentos de uma vida inteira. É difícil deixar pra lá sensações de medo, traumas, reações, essas coisas; mas, creio que estou conseguindo, mesmo que às vezes eu tenha que andar pra trás porque percebi que estava no caminho errado e, então, pegar o caminho certo.
Eu tenho que agradecer ao meu menino, mesmo com a falta de paciência às vezes, mesmo por ele não gostar de "desabafos" pra todo mundo ver. O que fazer? Isso eu não consegui mudar. Gosto de escrever e colocar aqui, é como se eu tornasse a dor mais leve ou multiplicasse a felicidade.

O fato é que 2013 está sendo um ano cheio de emoções e sentimentos que então, estavam adormecidos.
Há muito que eu não sentia medo de perder alguém. Muito, tipo, 4 anos. E, de tanto perder sem avisos prévios, sem nem ao menos dar tempo de sentir medo, peguei um tipo de trauma: eu não conseguia começar nada se tivesse o mínimo de chance de perder alguém -pra outro alguém- de novo. E isso, de fato, quando teve esse mínimo de chance, virou a minha cabeça. E hoje eu sei que a culpa não foi de outra pessoa, senão, minha. Fui uma pessoa fraca que não soube lidar com a dor, nem com o fato de ter chances da dor multiplicar-se. Vejo que hoje, eu saberia lidar -bem- melhor.

Depois de muitas brigas por coisas bobas, devo agradecer ao meu menino pela paciência e falta dela.
Eu aprendi a dar mais valor ao que importa, que são as palavras ditas diretamente olhando nos olhos, ou o silêncio bonito, que diz mais do que muitas palavras juntas. Ou um beijo, um abraço, um sorriso. E sinto-me estranha; realmente muito estranha e, ao mesmo tempo, orgulhosa por isso. Por mais que eu saiba que talvez, outra(s) pessoa(s) irão pensar que vai ser como das outras vezes, vou dizer que vou mudar ou que mudei e, depois, tropeçar. Mas, essas pessoas deveriam perceber, também, quando eu acerto e não só quando erro.

Hoje, eu entendo muita coisa que não entendia antes. Talvez, por causa dessa mania de criar expectativas de um amor totalmente romântico e bonitinho. Sinto como se eu tivesse saído de uma cabeça totalmente brega e romântica que idealizava muito e que ficava igualmente frustrada quando as coisas não aconteciam do jeito que foi planejada ou idealizada.

Quando a gente passa a compreender que cada pessoa é única e tem o seu jeitinho, que a gente não deve interferir nisso, nem forçar nada, é como se subíssemos três degraus na escada da nossa vida. Uma escada com graus infinitos, que leva ao equilíbrio -mesmo que sejamos o eterno desequilíbrio em busca de equilíbrio- e sinto-me BEM mais equilibrada. Subi três degraus porque eu já tinha descido alguns, creio que dois e me sinto como nunca me senti antes, me sinto uma pessoa desapegada ao que não importa tanto assim. Ainda sou uma boba chorona -porque estou chorando- mas isso é algo que eu sei que nunca vai mudar, faz parte da minha essência. Tenho certeza que é a única coisa que eu não conseguirei mudar (um beijo, também, pra tanta água no meu mapa astral).

Espero -e peço- que as pessoas tenham mais paciência. Que antes de dizer que algo é besteira ou que não entende, ou coisas do tipo, realmente coloquem-se no meu lugar, na verdade, de todas as pessoas.

Eu acordei diferente. Estranhamente satisfeita comigo. Foi como se eu tivesse jogado fora tudo que antes eu precisava e que dependiam de outras pessoas para se cumprir, pra eu estar satisfeita.
Agora e daqui em diante, tentarei não idealizar nada em cima de outras pessoas. Olharei pra mim, vou refletir por mim e para mim, buscando sempre melhorar algo.

Mudanças são sempre bem vindas, mesmo que às vezes sejam ruins -e que essas, durem o tempo suficiente pra te tornar uma pessoa melhor.

O erro é bem vindo, só o aproveite bem, mesmo que tenha que errar algumas vezes, você aprender com eles, é o que importa, afinal, somos humanos e errar é uma condição humana.

Obrigada ao meu menino por me mostrar que o amor é bem mais bonito quando as coisas acontecem no tempo dele e que esperar, atrapalha tudo. Que o amor ao vivo é o único verdadeiramente sentido, o único que realmente importa.

sábado, 20 de julho de 2013

"Vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas, se eu não pedir que fique comigo, tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida."

Frase do filme "Noiva em fuga"
Meu batom
quer sumir
com os teus beijos

Quero engolir tua carne
e matar o meu desejo

Quero sentir teu gosto
tua barba mal feita
teu sexo na minha vergonha

Quero tua paz
teu sorriso
e, principalmente
senti-lo como um abrigo

Espero sentir
que voltastes a ser o meu menino
o meu doce menino
de olhar sereno e calmo
que quando quer, torna-os mais safados
e, depois que me estremeces, me calo.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Arte

Acho que é quando você fica sem respostas que as pessoas te enchem de perguntas. Perguntas que antes você teria prazer em responder, porque tinha certezas. E agora? Com voz embargada respondo com esperança, mas, é uma esperança que depois dá uma depressão. Dá vontade de dormir e acordar só em 2016.
Eu não quero ser um peso na vida das pessoas. Não quero que elas forcem a se esforçar. Prefiro deixá-las livres e não insistir. Mas, dá um medo tão grande que nessa "não insistência" elas não sintam minha falta. É um medo super egoísta, eu sei. Mas, imagina que o seu amor, hoje, não faz questão se fala contigo ou não... não é pra doer? Mas, e se tua presença causa dor? É de doer mais ainda.
Eu queria juntar os meus cacos com os teus e fazer arte contemporânea, doar pra um museu, quiçá, na Colômbia e, se possível, levar com ele a desesperança e o desamor.
Creio que dói mais quando somos o causador da dor.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Lágrimas

Por favor, lágrimas, parem de apostar corrida em meu rosto. Sumam daqui. Parem de se estocar, achei que tinha acabado todo o meu estoque de vocês. Acho que já perdi três quilos de tanto perde-las. Me deem um tempo. Hoje é o meu aniversário, não quero vocês, não mais. Nem mesmo lágrimas de felicidade, nem mesmo isso. Porque eu não aguento mais vocês. Vão embora, deixem-me em paz!

terça-feira, 16 de julho de 2013

Presente

Eu queria parar de chorar
hoje, agora
ou amanhã quando eu te olhar

Eu queria o teu sorriso de aniversário
tua felicidade, um beijo e um afago

Eu queria teu coração descompassado
nós dois encaixados
tu me puxando pra si com um abraço
dizendo que me ama
deitado na cama.

Apelo

Queria:

que você falasse de mim, pra um amigo, com um sorriso
ouvi-lo tocar uma música que eu gosto que você ainda não conhecia
ouvi-lo tocar "Pra sonhar" e perguntar "tu vai tocar essa música no nosso casamento?"
te ver me esperando no portão da tua casa, como se estivesse ansioso pra me ver
que você voltasse a fazer questão de me levar na parada de ônibus e, se eu falar que não precisa, você fazer questão e quase brigar se eu repetir o não
Queria
voltar a acordar com um torpedo de madrugada
ler um "estou com saudade"
ler um "minha neguinha"
um "eu te amo" ou, juro, até um "gosto de tu"
não estar chorando
não chorar ao lembrar de como éramos
não chorar ao lembrar de como erramos
-o nosso amor não tem culpa dos nossos erros e medos-
Queria
dançar ao som de "só sei dançar com você";
que tu me perguntassem "tu me ama?"
o teu toque
que tivéssemos saudade mesmo estando juntos
deitar na areia e dar formas as nuvens contigo
te fazer cosquinha
te beliscar
te arranhar
dançar no meio da rua
voltar a me sentir tua
dançar no meio da rua levando chuva
dançar contigo numa festa de algum amigo
fazer brigadeiro
Queria
você cozinhando pra nós dois -e eu servindo de assistente fajuta
descer na rua, contigo, cantando "o amor é filme"
adormecer no teu colo e acordar num susto, dizer que eu não estava lá e, depois, morrer de rir
soltar um pum com som engraçado e vê-lo rir
que rissemos ao ouvir aquele cd que te dei, na música do Tim Maia -que não tem nada a ver com a sequência das músicas
pular nas tuas costas
nos olhar no espelho
até te deixar com marca de chupão e passar base no teu pescoço -mas, essa eu pulo, juro-
vê-lo dando um sorriso de alívio ao ler um bilhete em que eu digo que fico -e ser agarrada e esmagada com a tua felicidade, com os teus braços, com o teu amor
Queria
ouvi-lo tocar as músicas que fizestes pra mim
que você colocasse minha mão em teu peito e falasse "olha como tu me deixa"
que a gente não conseguisse terminar de ver filmes
que tu puxasse o meu corpo pra ti, quando deverias fazer o contrário
que tu beijasse a minha mão, quando deverias sentir repulsa
que tu beijasse meus lábios, quando deverias xingá-los
você entrelaçando os meus dedos, quando deverias não tocá-los
até tu me olhando com esses olhos de menino e dizendo "sabia que tu é linda?" e levando um "sabia que tu é mentiroso?" e, depois, um beijo.
você dizendo que tem medo de me perder
cantar alguma música pra você e te ver se identificando com a letra
tu alisando o meu cabelo
tu beijando a minha nuca
tu me pegando pela cintura
ganhar teus afagos
dormir em teu peito
você me dizendo que quer um abraço
você me dizendo que quer que eu te diga que eu sou só tua
Queria
tu pedindo pra eu dizer que te amo e que te quero por toda a vida
tu me ligando só pra dizer que me ama muito muito muito
fazer uma brincadeira pesada contigo e vê-lo tremer e, depois, rir
tu dizendo que não quer pensar no amanhã e que só quer que eu esteja ao teu lado
que a gente ficasse bem
que a gente não remoesse mais
que a anestesia que hoje você sente por mim, sentisse pelas dores que já te causei
tu dizendo que tá namorando com alguma foto da gente
teu sorriso ao me ver
ganhar um abraço apertado repleto de saudade
dizer um "te amo, menino, vamos parar com isso" e receber um "vamo sim, minha menina"
tu me dizendo que não prefere outra
te melar de chocolate
senti-lo da forma mais pura
tu me dizendo pra ficar perto depois de sermos nossos
tu dizendo que me ama olhando nos meus olhos

Queria, principalmente, que tu sentisse saudade de mim ao ler isso aqui.


Eu seria a pessoa mais feliz do mundo se conseguisse de volta uma coisa dessa lista.

domingo, 14 de julho de 2013

Volte

Volte, dia desses; numa noite assim, sem estrelas, com chuva ou na ausência dela. Numa manhã clara, fria, cinza, regada de prosa e poesia. Numa tarde de sol dourado e brilhante, numa quinta-feira de manhã, num sábado à tarde. Com o cheiro bom da primavera, numa chuva de inverno, com o chão regado de flores no outono, no calor do verão. Num dia qualquer -que, então, já não será qualquer dia.
Só volte com esse teu sorriso de menino e aquela tua calmaria.

Sonho II

Queria poder acordar
todos os dias
com a alegria na minha vista
com os (a)braços do meu amor
e poder beijá-lo, senti-lo
e, entre um afago e outro
dizer que ele é o meu menino
perguntá-lo quem é o meu amor
e vê-lo responder, entre um sorriso
"eu"
tendo a mesma resposta
sobre quem será o pai dos meus filhos.

Meu amor, meu menino, meu abrigo
ah, tu soubesse o quanto que eu te amo!
ah, se tu soubesse o quanto que eu te quero aqui comigo...!

Eu ficaria satisfeita em tê-lo apenas nos dias em que respiro.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Lar

Eu tenho na memória cada traço teu.
Eu guardo os detalhes da tua casa. É claro que guardo. Memorizei a tua mochila jogada no sofá, tua bicicleta encostada na parede perto da mesa. Memorizei, principalmente, tua cama e a maneira que nos jogamos nela; nunca deitamos como pessoas normais. Antes de deitar, a gente se pega. A gente dança. Tu me puxa pra si e a gente dá um beijo apaixonado cheio de desejo. Tu sente, meu amor? Tu me sente tua quando eu chego e te abraço? Por vezes, moleca como sou, sempre aprontando algo, do tipo pular nas tuas costas e te fazer desequilibrar, mas, não ao ponto de te fazer cair. E a gente vai pra frente do espelho, meio que pra cair na real: "Ei, somos nós dois. Olha, estamos juntos".

E se eu falar que o meu maior motivo pra ser feliz é saber que nós temos um ao outro? Mesmo que assim, desse jeitinho torto da gente, dessas brigas intermináveis... Mas, a gente se reconhece, é o que importa e, enquanto nos reconhecermos, teremos esperanças na gente e ficaremos juntos.

Eu lembro das fotos na tua parede. Lembro do mapa. Lembro da tua mesa, o relógio em formato de violão que eu te dei -que fica ao lado da coca-cola. Lembro dos livros que ficam embaixo do teu monitor. Teus cds. Lembro do Buda que eu te dei... Eu gravei tudo. Gravei, porque tua casa é um templo nosso. É o melhor lugar que a gente tem pra se amar. É um lugar no qual nunca saímos brigados. Ok, já sai, mas, voltei logo após e fizemos as pazes e, a impressão que eu tenho é que a tua casa transmite algo de bom pra gente e que ela torce por nós dois.

Guardei tudo na memória; teu cabelo, teu rosto, teus traços, teu olhar, teu sorriso, tua boca, tua barba mal feita, tudo tudo tudo. Guardei tua cozinha, teu quarto, teu banheiro. Guardei, pra depois, no vazio da minha cama, lembrar de tu, lembrar de nós dois. Lembrar da gente cozinhando, da gente cantando, d'eu cantando, de você cantando, da gente dançando, se fitando e namorando. Guardei tudo, principalmente, pra não me permitir esquecer que o meu lar é você.

domingo, 7 de julho de 2013

6

guardar dor
é multiplicá-la
sem dó

5

uma poesia com fome
que pede a minha carne
lisbela, pra ele, eu sou
e por ele, eu vou até marte
mesmo que esse amor me mate

1

te mando um bilhete solene
acaricio-te com os meus dentes
se é que isso é possível
beijo tua barriga, umbigo
dai-me um sorriso
me pega pra ti
me entrego a ti
renascemos ali.

terça-feira, 2 de julho de 2013

teu

Quando o teu toque me percorreu
acompanhado do teu olhar
a linha breve do meu corpo
te pertenceu
entreguei o pouco que era meu.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Remende com o remendado

é o meu sétimo poema de hoje
e a palavra "coração" está proibida de ser dita
pior, esse coração, está proibido de ser sentido
o coração que havia fugido do seu martírio
foi preso numa gaiola
que foi endereçada ao pequeno
que me enamora

só tenha cuidado
ele precisa de band-aid e aparatos
eu sei que o seu coração também está machucado
é um presente e você deve usá-lo
você pode arrancar partes do meu
para costurar o seu
e então, espero
que esteja tudo perdoado.

Coração danado

o meu coração me fraudou num arrepio
tomou conta de mim
disse que hoje, ele quem manda aqui
que eu não tenho voz

meu coração saiu do coma
e quer viver com a mesma irresponsabilidade
de aventurar-se até marte

ele não quer saber
insiste e insiste em ir atrás de você
e ele se entrega, não pensa nem em como vai ser
ele se entrega, assim, de bandeja
de graça, pra você.

Bilhete que não escondi

você, que roubou o meu coração
venha cá, chegue de mansinho
quero deixar-te um recadinho
na verdade, é uma pergunta...
chegue, venha cá
o quanto dos nossos corações
precisamos quebrar
para acabarmos com nossas brigas
e, apenas, nos amar?

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Licor do desamor

eu vou morrer dos licores
avermelhados, achocolatados
vou morrer desse teu desdém 
dos mares dos teus amores

do meu amor afetado
que quase faleceu
ficou amargo

vou montar estardalhaços
vou pegar os pedaços

do meu coração quebrado
e moer, até virar pó
no corte dos seus embalos

eu vou gritar a minha dor
você vai ouvir e rir
vai correr pra longe de mim
é isso que eu espero de ti.

Ér(r)amos

é quarta-feira
me vaza raiva e fúria
há um pouco de você em tudo
tem você em cada centímetro meu
quase chego a me odiar por isso
éramos tão nós, você e eu
tudo desmorona sempre
tudo desmoronou
você prefere acreditar no que quer
você prefere outra mulher
corra, não pestaneja
siga, suba a ladeira
corra, meu amor
corra atrás dela
eu nunca consigo estar de volta mesmo
àquela nossa tarde chuvosa
dançantes, amantes
corra, meu amor
vá embora
fuja desse meu amor egoísta
só prometa não olhar pra trás
só prometa sair inteiramente da minha vida.

domingo, 16 de junho de 2013

Ode ao partido do amor repreensivo

Meu coração ativista
fica mansinho
perto das repreensões
do seu partido

Meu coração quer lutar pelos seus direitos
de ser brega, de janeiro a janeiro

Meu coração vai se rebelar
em prol ao amor brega, clichê e etc-eteras
Ao seu amor, meu bem
ele vai declarar guerra.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Estava cuidando do meu cachorro como se num ato de proteger-se do remédio, ele ficou em pé em meu colo, com as patas nos meus ombros e se agarrou em mim. Peguei então, as duas mãos e o agarrei, de volta. Cheguei a conclusão que o abraço dele é o melhor do mundo, que o amo mais que muita gente e que eu realmente estava precisando de um abraço.
Sinto-me tão mal, como se nada que eu fizesse fosse o suficiente. O ruim de ser humana é que as pessoas insistem em fazer comparações até nas coisas que deveriam ser mais belas. Até nas coisas que não deveriam ter comparações. E, sim, estou inclusa nisso.
Sinto como se eu nunca fosse me destacar em nada. Como se tudo que eu fizesse, até as coisas que acho que foram únicas, um fantasminha gritasse: devem ter feito isso -e melhor que você.
Tento não me comparar a ninguém. Tento. Mas, como tentar se as pessoas insistem em comparar?
Eu não tenho medo do passado, nem do presente. Eu tenho medo do futuro. O futuro me assombra, justamente por eu não ter controle de algumas situações.
Sinto-me vulnerável em cada coisa que eu faço, por melhor que eu ache que foi feita.
Sinto-me um brinquedo frágil; um vinho recém fabricado perto de várias safras de mil oitocentos e setenta e dois.
Eu poderia fazer várias comparações, mas, ficaria tudo muito óbvio. Tudo muito transparante e, bem... hoje, pelo menos transparente, eu não quero ficar [ao menos não tanto].
Minhas costas doem. Tento fazer uma massagem para tranquilizar-me; sem sucesso.
Choro e nem sei o porquê. É como se a tristeza habitasse em mim e me permitisse ser feliz apenas poucas horas. Preciso de um calmante ou dois ou três ou quatro pra (tentar) dormir na madrugada. É nessa hora que ela me ataca.
As pessoas fazem questão por algumas coisas que me deixam tão mal.
Chego a perguntar-me várias vezes ao dia, sobre várias coisas se é isso que eu quero pra minha vida.
Eu ando tão pesada, como se bigornas estivessem na minha cabeça. Como, se mesmo deitada, bigornas estivessem em cima das minhas costas.
Se fosse possível, eu me anestesiaria e ficaria privada de sentir qualquer coisa que o mundo me oferece.
Desculpa, eu sou fraca e não sei lidar com a dor que eu mesma crio.
É como se eu tivesse certeza que não mereço nada de bom que me acontece.
Quando algo de bom acontece, procuro algo pra ficar mal. Como se essa fosse a minha realidade. Como se eu pertencesse a isso. E eu me pergunto se as pessoas podem conviver com isso, se nem eu mesma posso. E penso em me afastar, mas, aí sou muito egoísta pra isso. Porque o meu maior egoísmo é amar.
Pior! É amar e ser amada.
Então, como fugir com isso? Como deixar tudo e ir embora? Sou egoísta por que fico? Ou devo arrumar as malas e procurar um outro abrigo?
Um abrigo só pra uma pessoa. Eu mesma. Ou uma caixa, pra eu ficar encolhida.
Enquanto houver lembranças -não minhas- a tristeza vai habitar em mim, como uma guerra que não tem fim.
Ai vem a questão... eu luto? Ou invisto em pedras, armadilhas ou o que for para proteger o meu castelo?
Eu não gosto de covardia... e, viver com a dúvida é tão ruim.
Eu não sei. Eu não sei. Eu não sei o que [não] cabe em mim.
Eu queria que a tristeza me desse uma trégua de pelo menos dois dias. Eu agradeceria tanto. Eu pediria pra rezar uma missa em homenagem a ela. Pediria pra tocarem uma música no rádio também. Faria uma declaração de amor. Bateria na porta dela e beijaria os seu pés. Aprenderia a tocar violão e tocaria um soneto de amor.
É como se eu conseguisse enxergar a minha áurea e visse que a cor predominante é preto.
Preto e roxo. E eu não gosto disso. Não gosto dessas cores juntas. São pesadas -e é assim que eu me sinto.
Eu queria ter um amor tranquilo.
Eu queria que o meu amor fosse tranquilo.
Eu queria que o meu amor pelo menino fosse tranquilo.
Eu queria que o meu amor pelo menino fosse tranquilo. Tranquilo como deitar na areia, perto do mar, olhando os pássaros voando -devagar. Dar formas as nuvens, rir e amar. Apenas isso. Como se houvesse apenas nós dois -ops, não posso falar diretamente com você.
E agora eu broxei nesse texto que tanto me fazia bem, porque falei diretamente com você. E eu não posso. Porque você não gosta e é errado.
Mas, agora deu vontade de falar... porque, afinal, tudo que eu faço, de fato, já é SUPER errado.
Mas, vou dormir.
Espero sonhar com um dia tranquilo na beira do mar.
Sonho utópico, mas, vamos devagar...

domingo, 9 de junho de 2013

A paz existe
tem nome e sobrenome
gosta de morar dentro de mim
mas, às vezes, a danada insiste em fugir

O amor existe
gosta de me bater
xingar
penetrar
e goza(r) em mim

A solidão existe
me visita vez em quando
fica um bocadinho
mas, logo a espanto

A tristeza existe
insiste em me visitar
me mudei
e o numero da minha casa
pra ela, eu não vou dar

A alegria existe
é a minha vizinha
tenho que lembrar que a casa dela
não é a minha

O caos existe
é o meu sobrenome
parente, infelizmente, não distante
me visita toda hora
chuta o resto
manda todos embora
eu sou dele
e a gente se namora.

sábado, 1 de junho de 2013

Certezas

Ah, meu amor, queria tanto que os nossos dias fossem como a nossa tarde de hoje. Que eu te puxasse e a gente dançasse ao som de um álbum que faz-me lembrar de ti. Que eu cantasse pra você, com a minha voz desafinada, e que tu continuasse a me olhar com esses teus olhos de menino.
Eu não quero te perder, sabe? Eu amo tanto você.
Queria ter certeza que és só meu. Que é em mim que tu pensas antes de dormir, planejando todas as breguices clichês que o amor nos faz planejar. Queria ter a certeza que tu sonhas os meus sonhos e que um dia, conseguiremos realizar tudo isso -ao lado do outro.
Queria ter certeza que tu és o meu menino, assim como eu sou a tua menina. Só tua.
É a tua mão que eu desejo ter ao redor da minha cintura. É a tua mão que eu desejo ter puxando e/ou alisando o meu cabelo. É o teu cabelo que eu quero puxar. É a tua boca que eu quero beijar. São os teus afagos que eu quero ganhar. São as tuas pernas que eu quero entrelaçar. É o teu cheiro que eu quero sentir. É o teu sorriso que eu quero que me faça sorrir.
Ah, meu bem, se tu soubesse que esse sentimento não cabe em mim...
Talvez, se tu conseguisse sentir metade da metade do que eu gosto de ti, não usaria as respostas que tu usa pras minhas perguntas. Tu, meu bem, não terias dúvidas que é o teu amor que eu quero ter. Que é o teu carinho que eu quero pra mim. Que é o teu calor que eu quero sentir. Que é em teu peito que eu quero dormir...

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Doses

Eu queria tomar uma dose de esquecimento
e esquecer todo esse sofrimento

Eu queria tomar uma dose de amor
para que ele fosse maior
do que toda essa dor

Eu quero tomar uma dose de nós dois
para mostrarmos pra essa tal de dor
que uma dose nossa, é uma dose de amor
e que ela, vá pro cantinho e que fique lá
caladinha e encolhidinha, como merece ficar.

Ressaca (I)moral

Acordei como se estivesse bebido ontem -o dia inteiro.
Acordei com ressaca, com a boca seca, ansiando por água. E lembrei que tu ontem fostes como uma bebida pra mim, inebriante, e deixasse-me chapada. Deixasse-me como aqueles bêbados que dormem no meio de uma conversa e que quando acordam, pensam logo: "onde eu estou?".
Às vezes eu acho que me perdi -de mim.

(Mas, tudo isso logo passa quando eu te sinto)
[Só espero que não seja um ciclo eterno]

Coração teimoso

Meu coração
já não quer mais
saber de baião
ele entrou
num ritmo constante
de solidão.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Cova

Enxergar o que convém
é cavar a própria cova
é matar o amor
de outrem

Saber da fraqueza do outro
e não fazer nada pra fortalece-lo
é deixa-lo para morrer

Vê-lo falar suas fraquezas e defeitos
e você enxergar só os defeitos
é esquarteja-lo

Matar
Assassinar
Esquartejar

Vamos matar
o que só nos convém
Vamos assassinar
o nosso egoísmo
Vamos esquartejar
o que de mal sentimos.


sábado, 25 de maio de 2013

Porto Seguro

Meu bem
Um pouco de tristeza não faz mal a ninguém
Mas, pra quê colecionar tantas mágoas
Se na hora de partir não existe porém?
A vida é correnteza que vai -não vem
Escolhi ser jangada, d'um rio que deságua no mar
E sem querer, deixei-me levar
Pra me perder em todo azul e desbravar
Mas, se a tempestade que criamos continuar
Não vou negar
Sua imagem será como um farol e me guiará
Até um porto, onde eu possa me ancorar.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Soneto a Maria

Maria, minha amiga
Finalmente aparecestes, Maria 
Já espero de outras vidas
Vosso afago de energias

Os bons ventos substanciam
O Tempero vivo da amizade
Gosto bom de simplicidade
Na boca amiga, se harmonizam

Tens a força de mil mares
Que dentro de ti corre
Abrilhante seus olhos, repares!

O quanto és, sempre será
Mesmo em dúvida encontrará
Muita luz, em quaisquer lugares!


Jean Michel (setembro-2012)

quarta-feira, 22 de maio de 2013

(M)eu

Naquelas semanas de fevereiro, eu me prendia num emaranhado de incertezas; até que você veio e mudou tudo. 
Dentre tamanha instabilidade, você veio pra me estabilizar. Você veio sambando na cara de todos os caras que já conheci na vida. Você veio como quem diz: eu vim. E vim pra ficar.
Eu gostei logo de você, assim, de cara. Expus os meus receios, medos, falhas. Despi-me de qualquer imagem erroneamente criada ao meu respeito. Nenhuma vaidade, nenhum personagem, apenas e somente eu, desde o primeiro instante, desde a primeira palavra. E no meio de toda agitação desses nossos mundinhos, entrelaçamos os dedos, unimos os nossos mundos e hoje estamos juntos.
Algumas coisas me mudaram, infelizmente; me deixaram amarga, fria. Todo e qualquer relacionamento que eu entro, vou despida, vou crua, sendo moldada pelas coisas ao meu redor. Esse é o meu mecanismo de defesa. Infelizmente, eu não tenho o poder de escolher se vai ser melhor, ou pior. 
Desde o começo, eu disse que queria algo leve, que não desse trabalho e que eu não precisasse me preocupar... e, então, as coisas foram se encaminhando justamente pro lado contrário, assim como eu.
Mas é a isso que estamos sujeitos quando entramos num relacionamento, assim, sem medo, não é? A gente se joga de cabeça e não se importa, porque sabemos que o momento não-tão-bom é só uma fase. Sabemos que a fase não-tão-boa logo vai passar e vamos passar por cima disso tudo, juntos. Ora, me diga, qual graça teria se entrássemos molhando só as pontinhas dos pés? É como se fossemos nos esconder atrás de uma máscara, como se não mostrássemos quem somos de verdade com medo de assustar o outro. Meu amor, ainda bem que não somos assim. 

Eu quero viver, sabe? Quero me arriscar mesmo. 

Abrir-se de verdade a alguém é estar sujeito a tudo; coisas boas e ruins. É, também, passar por cima das coisas ruins, várias e várias vezes. É dizer que mudou e cometer o mesmo erro e ver o outro passar na cara. Amor, também, é perder as estribeiras e a classe. É fazer as pazes daquele modo que não restam dúvidas que é amor o que a gente sente. E que o resto... ora, o resto a gente passa por cima.
Entrar num relacionamento é estar a mercê de uma cabeça com outras ideias, outros ideais, outros valores, anseios, sonhos, expectativas. O tempo vai moldando a gente e tudo vai se ajeitando.

Eu te amo tanto, sabe? Não menti quando falei que tu és o homem da minha vida. Porque tu és. Nesse momento, é contigo que eu quero ter uma família. É contigo que eu planejo todas as breguices clichês que o amor nos faz planejar.

Eu sou louca por esse teu jeitinho doce. Esse jeitinho que quebra as minhas pernas. Esse teu jeitinho, de estar com raiva e se importar comigo. De estar puto e me dar um abraço na frente de todo mundo... não um abraço qualquer; aquele abraço que nos faz tirar os pés do chão; aquele abraço que nos sentimos conectados com o outro.

Acredito que poucas pessoas tenham conhecido essa minha transparência... até porque, poucas pessoas saberiam lidar. E tu sabe direitinho como lidar comigo, né? Tu tem uma paciência que eu não teria. E te agradeço, porque se estamos juntos, é por causa dessa tua calmaria.


Minha maior alegria, nesse momento é poder vincular o teu nome a um pronome possessivo -e saber, que tu fazes o mesmo. Porque, meu amor, somos de nós dois e de mais ninguém. 

(Só falta a gente aceitar isso).

sábado, 18 de maio de 2013

Hámor


O amor é um caso sério

É um sentimento tão bonito e simples... ficaria melhor se:
as pessoas descomplicassem mais
se importassem menos
agradecessem mais
se declarassem mais -e isso é uma indireta pra mim.

O amor é livre. O amor é leve. O amor, às vezes, pode até ser breve.

Amor é você perdoar algo que achava imperdoável, é crescer junto, é se moldar, ajudar o outro, ficar ao lado.
Amor é ficar em silêncio, é fazer barulho, é esconder bilhetes, ganhar músicas. É brigar. É fazer as pazes. É brigar e fazer as pazes.
Amor é fazer surpresas. É acordar de madrugada com uma mensagem e ter um sorriso roubado. É acordar olhando pra'quela foto num porta-retrato.
Amor é apaziguar uma briga ao perceber que não vale a pena. É cultivar sorrisos. É pedir desculpas. É cometer bullying.
Amor é ter uma música tema pro romance. É ter uma música que você não suporta ouvir. É ter uma pessoa que você não suporta ouvir o nome -orapois!
Amor é ter ciume às vezes. É ir à praia e deitar na areia olhando pro céu. É dar formas as nuvens. É ter histórias. É ter dor de barriga.
Amor é ter saudade -mesmo estando junto. Amor é ouvir o outro brigar e faze-lo rir.
Amor é vestir camisas do namorado -e ter uma preferida.
Amor é dançar no meio da rua. É levar chuva. É dançar no meio da rua, levando chuva.
Amor é dar beliscão, morder, arroxar, deixar chupão.
Amor é arranhar, é maltratar -de uma forma boa. É puxar o cabelo.
Amor é pedir água e vê-lo ir buscar -sem reclamar.
Amor é ser alérgica a ar condicionado e vê-lo abdicar do direito de usar, só pra você não gripar.
Amor é cantarolar uma música sem saber a letra. É rir da cara do outro. É vê-lo rindo da nossa cara.
Amor é adormecer no colo, acordar num susto e falar "oxe, eu não tava aqui não" "e tu tava aonde?" "não sei, mas eu não tava aqui não" e, depois, morrer de rir.
Amor é abraçar, apertar, esmagar. É encher a cara, é ser carregada desmaiada.
Amor, também, é dizer que não quer ver o outro nunca mais -mas, apenas dizer, porque no fundo, a gente sabe que sem o amor, é mais difícil de viver.
Amor é fazer um post na linha do tempo dele, levar apenas uma curtida, depois de seis dias. Fazer birra e mentalizar dizendo que nunca mais vai postar lá de novo -e poucos dias depois, tá lá postando algo e o ciclo se repete.
Amor é indicar um álbum e o outro ouvir, mesmo sem gostar.
Amor é agarrar na frente dos amigos.
Amor é beijar sem se importar com fulanos, ciclanos e beltranos.
Amor é não ter vergonha de declarar-se virtualmente -porque teus amigos vão te achar um bobo.
Amor é dar um carinho quando não se espera. É acalmar os nervos quando tem razão pra explodir. É pedir pra o outro ficar, quando o mesmo tem razões pra ir.
Amor é ser fiel. É ser leal. É ser honesto.
É dizer algo comprometedor, e arcar com as consequências. É fazer algo comprometedor e arcar com as consequências. É acontecer o inverso... fazer bem muita birra, e, depois, dizer que "tudo bem".
Amor é fazer planos. É falar do futuro, se referir a algo e dizer "quando o NOSSO..."
Amor é fazer o possível pra que o outro fique bem.
Amor, é, às vezes sentir dor. Ora, qual graça teria se não tivesse?
Amor é, numa chuva, pensar o quão bom seria se o outro estivesse ali, juntinho da gente.
Amor é dizer que ama; num sorriso, num olhar, num gesto, num silêncio.
Amor é soltar pum e não ficar constrangido -longe disso.
Amor é lembrar do mêsversário.
Amor é ter empatia. É ter altruísmo.

Amor é ser paciente, é cuidar, zelar. É admitir quando estiver errado. É irritar e se arrepender. Errar e aprender.

O amor é tanta coisa e tão pouca coisa ao mesmo tempo. E quando o sentimos, tudo tende a tornar-se mais suportável e, principalmente, mais bonito.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

(quase) 1 mês depois

-nada mudou

[19 de abril]

você, tão doce
eu, amarga
você, tão paciente
eu, quero tudo pra ontem

você, norte
eu, leste
você, terra
eu, água

eu, humanas
você, exatas
eu, artes
você, números

você, o calor
eu, a frieza
você, o controle
eu, a explosão

você, meu nego
eu, tua nega

você, ímpar
eu, par
nós, pares

duas pessoas
um meio termo
um ímpeto de amor

*

Esse menino é um caso sério 
enche minha boca de prosas 
poesias -vontades- e versos.

*

Feliz Aniversário, meu menino.

[Tipo agora -eu poderia dizer o verdadeiro significado dessa frase pra gente... mas, quero assim; nosso contexto, nossas entrelinhas. E, eu digo e repito: tipo agora]

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Esses dois

Essa menina tá feliz
acho que vai alcançar o que sempre quis
fazer as pazes com o seu amor
e parar de criar tanta dor

Essa menina tá um caso sério
hoje, brincou com sentimentos
emoções, e ainda, de fazer versos

Essa menina tá apaixonada
encantada pelo o menino
que a ama até de cara borrada
-e emburrada

Essa menina encontrou a paz
busca amá-lo, aceitá-lo
á-los e mais á-los

E, digo mais
[ela consegue
porque esse menino
haha, vocês não o conhecem

O menino encanta
Tem um sorriso que benzadeus
Além disso, ele canta
músicas, que pra mim
ele deu

Além desse olhar
que mostra um sorriso
que, eu te digo
lá eu vejo o paraíso



amar muito
incondicionalmente
condicionada
a você
amar
seus defeitos
qualidades
trejeitos
eu quero
teus beijos
cair
sem olhar
pular
esgueirar-me
errar
acertar
desculpas
pedir
te dar
um aperto
meu nego
eu (te) quero
do primeiro
ao último
verso
e por todo o resto
lá fora, tu estás
na minha cabeça
a sua cabeça
dentro
(d)e nós.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Como posso me sentir bem ao ver a felicidade de quem me deixou triste?
Eu não me entendo.
Eu estava com tanta raiva, tão triste (com toda a razão do mundo) e esqueci de tudo quando eu cedi a nós dois. E eu tenho medo disso -é um golpe baixo comigo.

Quando não se tem caderno e lápis/caneta à disposição quando queremos escrever, improvisamos.
Usei o celular -no ônibus.
(Isso foi o que eu li pra você).

13 de maio
10h48

Sabe quando acontece uma coisa contigo, que mexe com o teu ego -da pior forma possível?
Que faz com que tu se sinta um lixo? (daqueles bem podres, guardado num saco rasgado há mais de uma semana; aquele que quando você vai jogar fora, vê que tá vazando e fica um cheiro imundo).
Eu poderia usar vários termos, mas, dói mais ainda quando eu percebo que cai certinho em como eu me sinto.
Tem situações e situações. Acho que as que mexem com o ego são as piores que tem -principalmente quando a gente não espera e está tudo bem.
O pior de tudo é que eu sei que chorar aliviaria um pouquinho, mas, quem disse que eu consigo? O meu eu-orgulhoso está me dominando. Estou ficando amarga. Eu era tão doce -comparando com hoje- e, agora, quase nada me importa. Estou no modo robô, faço as coisas e nem percebo -do tipo deixar o celular dentro da geladeira. Estou no modo automático, vivendo tudo sem emoção, vivendo sem perceber.
Tudo bem, a música que você fez ontem foi um golpe baixo, mas, só mexeu comigo naquela hora. Hoje, eu não sinto nada. Não sinto vontade de te ver -sinto vontade de fazer sexo, mas, nem é essa vontade toda.
Eu não consigo encontrar o caminho de volta pras minhas emoções (quando eu voltei pra casa, no sábado, peguei um atalho pra elas; encontrei emoções que duram 5, 10 minutos e que depois passam).
Eu me perdi de mim.
Você vai achar que estou dando mais importância do que vale... mas, meu bem, ego é um bicho danado -principalmente se você costuma brincar com ele.
Eu não consigo dizer que eu te amo, porque eu não consigo sentir isso. Na hora de pegar o atalho de volta pra casa, eu devo ter trocado tudo.

Eu queria sentir alguma coisa, além de nada.

-

Depois de escrever isso, fomos nos ver. E eu, disse isso tudo pra você. Na verdade, não era eu, sabemos disso. Não consegui derramar lágrimas, eu lembro a sensação... era vazio, sombrio.
Você com sua cara chorosa, na hora, não me doeu, não me atingiu, não mexeu comigo; nada mexia.
Tu pediu um abraço, eu não queria.
Nisso, eu (realmente eu) lutava pra tentar expulsar aquela outra Gabi -a Gabi anestesiada, que não sentia nada- e me esforçava; te beijava, abraçava (quer dizer, ficava em cima de você com teus braços em volta das minhas costas, minhas mãos estavam jogadas) mas, meu bem, eu ainda não sentia nada - até que uma onda de desejo invadiu o meu corpo, e essa onda suplicava por ti, por nós dois. E eu cedi -cedemos, sedentos.
Depois, fui tomar um banho, não por me sentir suja. Eu me sentia estranha. Ainda estava numa guerra e queria que a gabi-super-orgulhosa-sem emoções descesse pelo ralo. E boa parte dela desceu.
Enquanto eu tomava banho, você tocava pra mim e isso foi me amolecendo e amolecendo e amolecendo.
Como de costume, eu disse que queria escrever pra você, já era o 11º bilhete, mas, aquele eu não queria esconder.

Enquanto eu escrevia, você começou a tocar a música que fez ontem. Eu a ouvi pela primeira vez.. e, finalmente, lágrimas disputavam corrida em meu rosto. Podia me sentir ali, eu sabia que estava ali. E continuei escrevendo, com todo o meu amor.

Espero nunca esquecer a tua reação ao ler o bilhete e perceber que eu estava ali. Espero nunca esquecer a tua sensação de alívio, de alegria. 
Espero nunca esquecer aquele teu sorriso. 
Espero nunca esquecer de como você me abraçou e de como eu podia sentir a tua felicidade, a nossa felicidade. 

Eu estava ali, e nós dois pudemos sentir -da maneira mais pura, mais real.

Sabe o que eu também espero nunca esquecer?
De quando deitamos e pegasse a minha mão, colocando-a em teu peito... entre uma respiração e outra, você disse: olha como tu me deixa.

Ah, meu nego, tu acende os meus -mais- íntimos desejos...

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Antídoto

Ó, doutor... no dia em que eu estiver à beira da morte;
chame-o, pois ele faz o meu coração bater mais forte.

Itálico e negrito

Esse menino
me vira do avesso
mostra-me o inverso
do verso

E eu, cada vez mais

me apego

Esse menino

rouba-me os sentidos
tira-me a razão
expulsa qualquer indicio
de solidão

Esse menino

faz a minha alma gemer
e suplicar
pelo nosso prazer

Ah, esse menino
Além de encher-me a boca 
de prosa, poesia
-vontades- e versos
ele também me tira do sério

Esse menino...

vou contar pra vocês
acertei o gatilho
quando o encontrei.
Ah, meu amor
só tu consegues
me deixar assim

Só tu consegues
expulsar essa dor

Só tu consegues
me matar
-de amor.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Diálogo parte I

Maria chamou Gabrielle para conversar. As duas deveriam parar com o atentado de homicídio -do jeito que estava, uma iria morrer.

As duas pararam e começaram a lembrar de antes, de quando eram uma só e lembraram de como idealizavam o amor.

Elas -que no caso era ela- idealizavam um amor assim: simples e leve.
Maria Gabrielle nunca pensou em príncipes de contos de fadas, nem nada muito glamouroso. Ela pensava em dar o seu coração a um cara que gostasse de bichos e que quisesse viver no campo.
Vou assumir a identidade, já que falar na terceira pessoa é chato.

Eu sempre quis um amor que me tomasse o fôlego num só golpe. Que deixasse as minhas pernas bambas. Que me revirasse, me deixasse pelo avesso. Que me desmontasse e depois, montasse de novo. Que depois de uma briga, quando eu tivesse indo embora, puxasse a minha mão e me desse um beijo, mesmo que depois me deixasse ir. Que deixasse as borboletas do meu estômago loucas, cegas, sem saber para onde irem!

Aquele amor que dá um nó na garganta; que dá vontade de gritar... aquele grito que ia fazer a cabeça doer, que ia tirar o ar. O grito engasgado. O grito que nas entrelinhas traria súplicas de amor. Que faria o resto do mundo me chamar de louca. Pouco me importava.

Aquele amor que deitasse comigo, me abrigasse em seu peito -como num encaixe perfeito- e ficasse ali, alisando o meu cabelo. Não precisaria dizer nada, sabe? Que só ficasse ali. Como num gesto de "ei, eu estou aqui por você, por nós dois. E não preciso mais de nada". Porque é a sensação que eu tenho.

Eu me pergunto se finalmente o encontrei. Mas, aí é que está...


Maria Gabrielle virou Maria e Gabrielle depois que o tempo foi passando. E as duas não se suportam.

Eu só preciso de alguém que tome conta de mim. Que não me faça sentir frágil ou menor que ninguém.
Às vezes eu me sinto tão pequena, sabe? - disse Maria.

Eu não tenho um corpo que faça as pessoas pensarem "NOSSA, U-A-U" e fico triste em saber que a maioria dos homens sentem atração só em ver uma gostosa. Mesmo estando namorando. -disseram as duas.

Ó, tudo isso é tão complicado. Às vezes eu queria pular logo fora do barco. -disse Gabrielle

Então, as duas formaram um diálogo.

- O que você quer, Maria? Tô cansada de você. Dessa sua ingenuidade.
- Eu só queria que tudo ficasse bem. Que eu conseguisse ver isso como uma coisa normal.
- Coisa normal? Maria... passamos por isso, você lembra? Fazíamos o segundo ano. Nos sentíamos atraída pelo cara de nome estranho. Mas aí é que está... o meu -ou melhor- o nosso namoro não estava bem. Você lembra. Estava desgastado demais.
- Tava tudo tão bem, sabe, Gabi? (e Maria com essa incrível mania de tornar íntimo todo mundo que dá-lhe o mínimo de atenção). Antes, estávamos falando sobre a dimensão do nosso amor. O que faríamos se cada um soubesse o tamanho do amor que um sente pelo outro...
- Sua boba. Temos opiniões diferentes, mas lembre-se que eu continuo com você. E sei de tudo o que acontece.
- Sim, mas, deixe-me continuar. E ele disse "se tu soubesse o quanto que eu te amo, tu vinha morar comigo!" E eu fiquei tão feliz. Tão tão! Ele falou muitas coisas! Eu disse que não queria esquecer. E ele disse pra eu anotar. Mas, olha... eu acho que eu bloqueei, sabe? Lembro apenas de algumas partes.
- Acho que devemos entrar num consenso. Pela sanidade da Maria Gabrielle.
- Sim... então, o que você sugere?
- É que dói tanto, Maria. É egoísmo meu me sentir mal por isso? Sabe, ontem chegou numa hora que se fosse possível esquecê-lo, eu o esqueceria. Que nem em Brilho eterno de uma mente sem lembranças. Mas, a vontade logo passou. Sei lá, a nossa história, apesar de tudo, é tão bonita. Olha só, já estou me derretendo! Quem faz isso é você! Fica aí, toda breguinha e cafona quando está amando. E estou do mesmo jeito, blé.
- Você às vezes é tão amarga. Pode, por um minuto lembrar que somos uma só, apesar de tudo?
- Voltando... Doeu tanto, ainda dói. É que eu tinha acabado de, finalmente, me livrar de um fantasma, sabe? Tava tudo bem. Nem lembrava mais. Estava feliz! Sentia que podia curtir 100% o nosso amor sem me preocupar com nada! Tava tudo tão bem!
- Eu sei... aí veio isso agora. Eu também fico muito mal.
- ... Sinto como se sempre tivesse algo. Como se toda as vezes que eu ficar bem por algo, outra coisa vai acontecer. Sinto como se todas as vezes que eu for me livrar de um fantasma, outro vai aparecer. E a vontade que eu tenho, Maria... é de pular do barco. Sinto que estou lutando contra a correnteza. Sei que você sente muita vontade de continuar navegando. Eu também sinto, mas eu tenho medo. E dá vontade de pular do barco enquanto estamos na beirada.
- Beirada? Nhenhem. A bichinha. Desculpe a ironia, Gabi. Mas você mereceu. Estamos pra lá de longe! Tem muita coisa envolvida, menina!
- A bichinha.. a bichinha de você. Eu peguei um bote, posso muito bem pular e me salvar.
- Mas... e eu?
- Você? Quem mandou ser besta e só pensar no amor? Ah... Maria, temos que ter sempre uma carta na manga. Você foi besta. Está aí, toda envolvida. Toda entregue a um amor que está entregue a outras oportunidades.
- BASTA. Você não sabe o que está falando! Ele disse que atração é diferente de estar apaixonado...
- Preciso falar de novo do nosso segundo ano? Você lembra como é sentir-se atraída por outra pessoa que não seja o seu namorado?
- Lembro. E você não deveria ter me lembrando...
- Pois pronto! Não seja besta. Sentir-se atraído por alguém, que não seja seu namorada/ado é uma linha tênue para estar apaixonado.
- É que eu queria tanto que ele só sentisse atração por nós duas.
- Eu também, sabe? Mas não é assim. Não é, não é! Você lembra como ele ressaltou o quão linda ela é? Ele nunca falou de nós duas assim.
- Você é uma víbora, Gabrielle.
- Estou mentindo?

E Maria se calou.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Martírio

Tudo perde o sentido 
quando amar passa a ser um martírio.

Ele perguntou:

- Você sente atração por outro alguém?
E ela, convicta, disse:
- Não!!!! Só você!
Então, ela retrucou.
[Sabia que a resposta era
"você"
Mas, tadinha, errou]
Ele, confuso, falou:
- Acho que sim.

Queria ser inerte a essa dor.


Sou três em uma

Duas que se esfaqueiam
e uma que sangra.

Matou, mas, infelizmente não foi de amor.

sábado, 27 de abril de 2013

Amável

Pergunto o que eu fiz de tão bom pra merecer um amor assim, que sabe direitinho como cuidar de mim. Sinto muito por não ser recíproco todo esse cuidado, meu amor. Sinto muito mesmo. Sinto muito pelo meu egoísmo, falta de compreensão, insegurança, birras e falta de controle. 
Estou tentando melhorar, por nós dois. Sendo moldada -infelizmente, lentamente. 

Te ver hoje daquele jeito me doeu tanto. Tanto tanto tanto que tu não imagina. Mas, sabe o que me doeu mais? Esse teu jeito amável de ter todos os motivos do mundo pra me querer longe, pra me tratar mal... e me tratou como se você fosse o culpado -e eu, a pessoa que foi magoada, que teve os seus esforços jogados no lixo por duras palavras. E sinto um aperto no peito, só em lembrar de hoje.

Puxasse o meu corpo pra ti -quando deverias fazer o contrário
Beijasse a minha mão -quando deverias sentir repulsa
Beijou-me os lábios -quando deverias xingá-los
Entrelaçou-me os dedos -quando deverias não tocá-los

E eu repeti, de novo: 
- Por que tu és assim?
- Assim como?
- Amável

Eu te amo tanto, queria que tu nunca duvidasse disso enquanto essas palavras saírem pela minha boca.
Enquanto essas palavras deslizam pelos meus dedos. 
Enquanto essas palavras possam ser enxergadas através dos meus olhos.
Enquanto essas palavras possam, além de tudo, adentrar em ti.

Aliás: boca, dedos, olhos, adentrar (...)

Sabe, eu não tinha esperanças em relação ao amor. Não tinha e achava que não ia ter por muito tempo. E tu veio assim -sem pedir licença- e, de repente já tinha se apoderado do meu órgão oco. Do meu órgão que já não batia forte por alguém. Você foi como várias doses. Inebriante; roubou-me os sentidos, a fala, a respiração -e ainda rouba.

Você é o maior ladrão que já entrou na minha vida! Roubastes um potinho que eu guardava a sete chaves! Um potinho que já estava empoeirado. Que já estava sem esperanças, triste, desolado. E você deu-lhe vida. Deu-lhe esperança. Deu-lhe calma. Você deu-lhe o maior presente que alguém poderia dar: abrigo.
Você, meu amor... você veio assim: sem mais, nem menos e multiplicou tudo na minha vida. Deu sentido, afeto e poesia.

Eu o amo como se toda despedida, fosse um adeus.
Eu sinto tanto a tua falta, mesmo quando estás presente (e isso não quer dizer que estás longe, mesmo quando estás perto... NÃO. Quer dizer que eu sinto como se nunca fosse capaz de matar essa saudade -saudade que vai me matando aos poucos e que só para com a tentativa de homicídio quando estás perto de mim. Essa saudade é uma danada, sabe fazer chantagem como ninguém). 

Começou a chover e sabe do que eu lembrei? Do teu aniversário! De como saímos feito duas crianças para sentirmos a chuva. De como saímos descalços, molhando um ao outro, nos abraçando. De quando chegamos na casa da pólvora e começamos a dançar tango, na chuva, molhados, descalços. Sendo observados por todos que ali passavam, como se todos fossem testemunhas de como somos feito um para o outro, de como nos amamos.

Você tem a melhor parte de mim. Uma parte -ainda- muito defeituosa, mas que está sendo moldada para ser digna do teu amor.


E agora, mais uma vez, eu repito: desculpa!

Tipo agora.